sábado, 29 de março de 2014

Zé o e Capeta Enrolado







Conto simples apenas.


E o capeta chegou pra levar o Zé.

Já se passaram sete anos, após o Zé ter feito o pacto com o coisa ruim.

Sem delongas, o capeta colocou a corda no pescoço do Zé, que malandro como era, explicou que o tempo de contrato, possuía mais um prazo de um ano.

E o capeta, que não era bobo nem nada, mostrou o contrato e o Zé engoliu o medo e leu, que a data se encerrava, neste dia e horário.

O Zé reclamou que ainda nem tinha ido a Disneylândia, e nem subido na torre Eiffel.

O capeta não deu ouvidos a choradeira, quem mandou gastar o que recebeu, com cachaça e quengas da vida.

Zé relutou, que o que recebeu do coisa ruim, foi pouco e que reclamaria, com o chefão do capeta.

O capeta riu do homenzinho. Não havia escolha, levaria a alma do Zé.

E sem esperar, afrouxou a corda no pescoço do Zé.

E Zé gritou, pare. Fez o coisa ruim parar.

Pediu para não tirar a vida dele, dentro de casa, não queria o seu espírito preso nela, que fosse ao ar livre, num dia tão bonito.
E o capeta pensou e pensou e atendeu o pedido do condenado.

E no meio do mato, ainda de dia, com muita luz pra clarear, e o capeta ansioso, por ter mais uma alma no currículo, foi logo fazendo o seu serviço.

E o Zé o impediu. Exigiu mais uma coisinha, uma coisinha só, e que depois, a vida dele, seria do coisa ruim.

Pediu pra retirar a corda do pescoço e o capeta desconfiado retirou. Não tinha como sair correndo e nem chute no meio das pernas, até porque, bem, não sabemos se os coisas ruins tinham sexos.

E o capeta retirou a corda.

Zé estalou o corpo com vontade, expirou, inspirou e encheu o peito e deu uma escandalosa assobiada pra cima.
E o capeta não compreendendo, já ia colocando a corda novamente.

De repente, o céu escureceu, apareceram trovoadas e no alto surgiram vozes cantando músicas de louvores.

Malandro, o Zé deu aquele sorrisinho esperto.

Furioso, o capeta não quis esperar, a vida do Zé, ele, levaria.

Porem, uma luz forte fez o capeta cair pra trás, e do alto dois arcanjos desciam.

Deram nas línguas dos anjos, a sentença para o capeta e com suas espadas, fizeram-no, furo da vida, voltar aos seus domínios.

E assim o Zé escapou de ir ao inferno.

Deu uma piscadinha de agradecimento aos amigos arcanjos e saiu contente, cantando o cordel da lenda do Zé e o capeta enrolado.



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